Fusão entre Sadia e Perdigão pode prejudicar consumidor, dizem órgãos de defesa
O Cade (Conselho Administrativo da Defesa Econômica) aprovou a operação de fusão entre Sadia e Perdigão que cria a Brasilfoods. Embora para as empresas tal negócio possa trazer bons resultados, o consumidor passa a ter determinados produtos aglomerados em uma única marca.
Com a fusão, o uso da marca Perdigão fica suspenso por três anos em produtos suínos, quatro em salames e cinco anos em lasanhas, pizzas, frios e salgados. “A proposta inicial feita pela BRF (Brasilfoods) ao Cade foi insuficiente, por isso o órgão impôs agora medidas severas, como a retirada da marca Perdigão do mercado por até cinco anos e a venda de ativos importantes (marcas, dez fábricas e oito centros de distribuição).
Mas permanece a dúvida: quem vai ocupar imediatamente o lugar da Perdigão? “Tudo indica que a Sadia, porque, mesmo que a BRF se desfaça de um terço de seus ativos, a única marca forte que restou foi a Sadia”, explica o gerente de Comunicação do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Carlos Thadeu de Oliveira.
Consumidor
Para os órgãos de defesa do consumidor, a fusão pode não se tornar benéfica para os consumidores. Por meio de sua assessoria de imprensa, o PROCON-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor), explica que a concentração de mercado é prejudicial ao consumidor, pois diminui a concorrência.
De acordo com o Oliveira, o Cade tentou amenizar essa concentração. "O Cade tentou minimizar barreiras à entrada de concorrentes, mas a concentração é tão grande que, mesmo que duas ou três marcas comprem parte dos ativos vendidos pela BRF, serão marcas pequenas frente à Sadia. E como a fusão já ocorreu na prática, 90% do mercado permaneceu nas mãos da BRF até agora. Por isso, operações dessa grandeza e grau de concentração têm de chegar previamente ao órgão antitruste – o que ocorrerá, caso seja aprovado ainda este ano o projeto de lei que cria o “Super Cade”.
Segundo a coordenadora Institucional da Proteste Associação de Consumidores, Maria Inês Dolci, a fusão não é boa para o consumidor, pois “a retirada de uma marca e determinados produtos do mercado tira o poder de escolha, além de interferir em sua preferência”, explica.
Embora ache o processo prejudicial para o consumidor, a coordenadora afirma que proibir a eliminação de uma marca para a criação de outra “foi uma ação correta do Cade, apesar de que as marcas que não forem usadas deveriam ser leiloadas o mais rápido possível”.
Fonte: UOL notícias
domingo, 17 de julho de 2011
sábado, 16 de julho de 2011
Publicada em 15/07/2011 às 23h30m
Martha Beck (marthavb@bsb.oglobo.com.br)
e Cristiane Jungblut (crisjung@bsb.oglobo.com.br)
BRASÍLIA - O forte aumento de gastos públicos previsto para 2012 vai obrigar a equipe econômica a fazer um superávit primário (aquele antes do pagamento dos juros da dívida) menor. Os técnicos do governo já comunicaram ao Congresso Nacional que estão planejando abater até R$ 25 bilhões da meta do ano que vem - de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) - por conta de despesas como o reajuste do salário mínimo e do funcionalismo. Se em 2011 o quadro fiscal é aparentemente tranquilo, com um superávit primário de 3,29% do PIB acumulado em 12 meses até maio (acima da meta de 2,9% fixada para o ano inteiro), o que se mostra para o próximo é uma verdadeira bomba relógio, com despesas adicionais de pelo menos R$ 50 bilhões.
Como se não bastasse o impacto que o reajuste do salário mínimo - quase 14% - vai ter sobre as contas do governo, será preciso acelerar os investimentos, desembolsar mais uma parcela do reajuste dos militares e ainda enfrentar pressões por aumentos do Poder Judiciário. Isso sem contar com o pagamento de precatórios antigos que não poderão mais ser parcelados por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Cálculos do economista da consultoria Tendências Felipe Salto mostram que somente o aumento do valor do salário mínimo vai ter um impacto de R$ 23 bilhões as despesas do governo que estão atreladas a ele, como Previdência Social, seguro desemprego e a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). Outros R$ 20,6 bilhões são o impacto estimado das despesas com aumento de pessoal no ano que vem e R$ 7,5 bilhões as despesas com precatórios. Tudo isso soma R$ 51,1 bilhões.
- Essas são todas despesas extras que vão exigir algum tipo de esforço do governo para fechar suas contas - disse Salto, lembrando que os R$ 51,1 bilhões representam quatro vezes o Bolsa Família.
Ele acredita que embora a meta de primário de 2012 esteja fixada em 3,1% do PIB, o governo só conseguirá chegar a 2,6%:
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Transição verde custará US$ 2 tri por ano, diz ONU
Segundo o levantamento, os investimentos em energia precisarão aumentar 19 vezes para permitir que o mundo alimente 9 bilhões de pessoas, produza energia para todos e freie as mudanças climáticas em andamento. Para a entidade, apenas a tecnologia garantirá que essa equação seja resolvida.
Entre os principais pontos de negociação estão o financiamento dessa transição a uma economia verde e a definição de quem ficará com a conta da adoção de novas tecnologias. Mas, diante da divergência entre governos, não há sinal de acordo.
"Não há como negar: não poderemos viver neste planeta se seguirmos com o mesmo padrão tecnológico", afirmou o chinês Sha Zukang, secretário-geral da conferência Rio+20.
A equação apresentada pela ONU é simples: em 40 anos, o mundo terá 2,7 bilhões de pessoas a mais, que terão de ser alimentadas e demandarão energia. Isso sem contar com os miseráveis de hoje, que, se houver crescimento econômico até lá, vão se tornar consumidores.
"Não podemos parar os motores da economia mundial e os países pobres precisam ter o direito de promover uma melhoria de vida para seus cidadãos. Nas próximas décadas, o mundo terá de adotar novas tecnologias em diversos setores, e isso deve ser uma prioridade de políticas nacionais", declarou o secretário-geral.
Recursos. A estimativa da ONU é de que hoje o mundo destine cerca de US$ 100 bilhões por ano para promover a transição para uma economia sustentável. Os emergentes terão de investir US$ 1,1 trilhão por ano e os ricos, quase US$ 900 bilhões.
O mundo precisará de investimentos de quase US$ 2 trilhões (R$ 3,1 trilhões) por ano durante quatro décadas para fazer a transição para uma economia sustentável e, ao mesmo tempo, eliminar a pobreza e a fome. Essa é a conclusão de um novo estudo encomendado pela ONU que servirá de base para os debates da cúpula Rio+20, no Brasil, em 2012.
Segundo o levantamento, os investimentos em energia precisarão aumentar 19 vezes para permitir que o mundo alimente 9 bilhões de pessoas, produza energia para todos e freie as mudanças climáticas em andamento. Para a entidade, apenas a tecnologia garantirá que essa equação seja resolvida.
Entre os principais pontos de negociação estão o financiamento dessa transição a uma economia verde e a definição de quem ficará com a conta da adoção de novas tecnologias. Mas, diante da divergência entre governos, não há sinal de acordo.
"Não há como negar: não poderemos viver neste planeta se seguirmos com o mesmo padrão tecnológico", afirmou o chinês Sha Zukang, secretário-geral da conferência Rio+20.
A equação apresentada pela ONU é simples: em 40 anos, o mundo terá 2,7 bilhões de pessoas a mais, que terão de ser alimentadas e demandarão energia. Isso sem contar com os miseráveis de hoje, que, se houver crescimento econômico até lá, vão se tornar consumidores.
"Não podemos parar os motores da economia mundial e os países pobres precisam ter o direito de promover uma melhoria de vida para seus cidadãos. Nas próximas décadas, o mundo terá de adotar novas tecnologias em diversos setores, e isso deve ser uma prioridade de políticas nacionais", declarou o secretário-geral.
Recursos. A estimativa da ONU é de que hoje o mundo destine cerca de US$ 100 bilhões por ano para promover a transição para uma economia sustentável. Os emergentes terão de investir US$ 1,1 trilhão por ano e os ricos, quase US$ 900 bilhões.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
BID aplicará até US$ 6 bi no Brasil nos próximos 4 anos
Qua, 29 de Junho de 2011 10:04
O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, informou na tarde de hoje que a instituição disponibilizará entre US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões para a realização de investimentos no Brasil nos próximos quatro anos. Desse total, a metade será destinada a projetos relacionados à Copa do Mundo de 2014. O restante será aplicado em diversos projetos do governo federal e dos Estados. Moreno esteve hoje no Palácio do Planalto, onde foi recebido pela presidente Dilma Rousseff.
Em entrevista após o encontro, ele disse que discutiu com Dilma a realização de projetos que poderão contar com a parceria do BID. Ele citou o "Brasil sem Miséria", lançado recentemente pelo governo. O banco poderá atuar na capacitação de técnicos e equipes do programa.
Moreno e Dilma também discutiram a possibilidade de construção de estradas ligando os países sul-americanos e projetos de saneamento básico, turismo e educação no Nordeste. Em 2011, o BID estima que investirá US$ 2 bilhões no Brasil.
Fonte: Agência Estado - 29-06-2011
Qua, 29 de Junho de 2011 10:04
O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, informou na tarde de hoje que a instituição disponibilizará entre US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões para a realização de investimentos no Brasil nos próximos quatro anos. Desse total, a metade será destinada a projetos relacionados à Copa do Mundo de 2014. O restante será aplicado em diversos projetos do governo federal e dos Estados. Moreno esteve hoje no Palácio do Planalto, onde foi recebido pela presidente Dilma Rousseff.
Em entrevista após o encontro, ele disse que discutiu com Dilma a realização de projetos que poderão contar com a parceria do BID. Ele citou o "Brasil sem Miséria", lançado recentemente pelo governo. O banco poderá atuar na capacitação de técnicos e equipes do programa.
Moreno e Dilma também discutiram a possibilidade de construção de estradas ligando os países sul-americanos e projetos de saneamento básico, turismo e educação no Nordeste. Em 2011, o BID estima que investirá US$ 2 bilhões no Brasil.
Fonte: Agência Estado - 29-06-2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Sorgo sacarino pode reforçar produção de etanol no Brasil
Quando se fala em sorgo, a primeira coisa que vem à cabeça é aquela planta que produz grãos e forragem para alimentar o gado. No entanto, nos últimos anos, com o mundo cada vez mais voraz por fontes de energia renováveis, outro tipo de sorgo voltou a despertar a atenção dos pesquisadores, o sorgo sacarino que assim como a cana serve para fazer etanol.
O sorgo sacarino já foi assunto das primeiras reportagens do Globo Rural no começo da década de 1980. Na época, assim como a cana de açúcar, o sorgo sacarino fazia parte do Proálcool - o Programa Nacional do Álcool - lançado pelo governo em 1975 para tentar substituir parte dos combustíveis derivados do petróleo.
Não demorou muito e a cultura praticamente desapareceu. Os recursos para pesquisa minguaram e os resultados da época ficaram guardados nas prateleiras dos institutos. Agora, quase 30 anos depois, o sorgo sacarino está de volta.
A principal diferença entre o sacarino e os outros tipos de sorgo está numa parte da planta chamada colmo. Os colmos do sorgo sacarino, assim como os da cana, são cheios de caldo e açúcar. “Depois de passar os colmos na moenda podemos extrair caldos semelhantes ao da cana de açúcar para produção de etanol”, explica Rafael Parrella, agrônomo e pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo.
Parrella trabalha hoje especificamente com melhoramento genético de sorgo sacarino. A maior parte de seus ensaios fica num campo experimental da instituição no município de Nova Porteirinha, próximo à Janaúba, no norte de Minas Gerais. Rafael testa o rendimento de 25 novas variedades da cultura. “Dessas, nós vamos selecionar as mais promissoras para lançar nos próximos anos”, diz.
O sorgo é uma gramínea tropical nativa de países africanos, da região do Sudão, Etiópia. Foi domesticado há mais de mil anos e é usado principalmente na produção de grãos e forragem para alimentação animal. Só o sorgo tipo sacarino tem o caldo açucarado que vira etanol. Da espécie sorghum bicolor, o sacarino também produz grãos e massa verde e pode chegar a três metros de altura.
O momento agora, segundo o doutor Rafael, é favorável para a pesquisa. No mundo, a demanda por fontes de energia renováveis, mais limpas, cresce a cada dia. Mas vale ressaltar que a ideia não é substituir as matérias-primas já consagradas.
“A cana é bastante produtiva e vai continuar expandindo, contudo existe uma entressafra na cana-de-açúcar onde não se tem matéria-prima para ser processada. É aí que o sorgo sacarino poderia se encaixar muito bem, ampliando o período de moagem das usinas, e sem ampliar área, porque poderia se utilizar áreas de canaviais em renovação, utilizando o sorgo sacarino”, explica o agrônomo.
Na região Centro-Sul, a colheita da cana vai de abril a novembro, dezembro. O sorgo plantado de setembro a novembro seria colhido justamente de janeiro a março, época de entressafra da cana. O plantio feito por sementes e a possibilidade de mecanização da lavoura usando os mesmos equipamentos da cana também são grandes vantagens da cultura.
O problema hoje é a falta de sementes de sorgo sacarino no mercado. A Embrapa chegou a lançar uma variedade no passado, a brs 506, mas não existe mais dela para vender e a instituição não quer relançá-la, prefere apostar nas variedades novas, mais produtivas, que o agrônomo Rafael Parrella está testando.
Para avaliar o rendimento das 25 novas variedades, funcionários da Embrapa colhem oito exemplares de cada uma delas. Os grãos são separados e tudo é identificado. Na sala de moagem, a equipe pesa a biomassa, massa verde total de cada feixe de sorgo. Depois, eles passam os oito exemplares de cada variedade na moenda e extraem o caldo. Registram o volume e o peso total do produto. Medem também o chamado "brix", o teor de açúcar presente no caldo.
“Estamos procurando um valor acima de 20 graus brix, que é o que em média a cana-de-açúcar apresenta na usina”, diz o agrônomo. Apresentar bons teores de açúcar é fundamental, mas outros fatores também influenciam. Uma boa variedade deve produzir bastante caldo e pra isso, tem que render no campo. Quanto mais toneladas de biomassa por hectare, melhor.
“A perspectiva é para que essas novas variedades de sorgo sacarino para a produção de etanol estejam disponíveis no mercado em 2012”, declara Parrella.
De acordo com a Embrapa, um hectare de sorgo, por enquanto, rende em média 50 toneladas de massa verde total, que dá cerca de 2500, três mil litros de etanol. Só para efeito de comparação, o rendimento médio do mesmo hectare de cana-de-açúcar na indústria hoje é de seis mil litros de etanol.
A Embrapa não encabeça sozinha as pesquisas envolvendo o sorgo sacarino. Empresas privadas também estão prestes a entrar nesse mercado. Uma multinacional, produtora de sementes, em parceria com grandes usinas, colheu este ano mais de 1.200 hectares do produto para testar na indústria o rendimento de sete híbridos desenvolvidos por ela.
“Não foi um teste que foi feito pra ser depois descartado, as usinas efetivamente colheram esse sorgo, levaram pras moendas e esse sorgo produziu etanol e que tá hoje na bomba abastecendo nossos carros por aí”, afirma José Carlos Carramate, dirigente da empresa.
Para a próxima safra, os planos são ainda mais ambiciosos. A empresa já fechou parceria com 12 usinas em sete estados brasileiros. “Estamos produzindo sementes suficientes para plantar algo em torno de 50 a 60 mil hectares de sorgo sacarino no próximo período das águas. Se eu tivesse semente para 120 usinas, eu teria demanda para isso”, declara Carramate.
O sorgo sacarino não deve ficar restrito às grandes usinas e aos grandes estados produtores de etanol. Em Jaguari, região centro-oeste do Rio Grande do Sul. O município sedia um campus do Instituto Federal Farroupilha que é um dos parceiros da Embrapa nos experimentos envolvendo sorgo sacarino.
No Rio Grande do Sul, eles estão testando numa escala um pouco maior as variedades que foram desenvolvidas lá em minas gerais pela Embrapa milho e sorgo. A ideia é ver como é que essas variedades se adaptam às condições de solo e clima do sul do país. Por enquanto, os resultados são promissores.
A bióloga Beatriz Emygdio, pesquisadora da Embrapa Clima Temperado que gerencia o trabalho no estado, explica que o clima ajudou, o manejo foi todo bem conduzido pelos agrônomos do instituto e a produtividade da lavoura surpreendeu.
“Os resultados são excelentes, nós estamos conseguindo, com essa unidade de observação, em torno de 90 toneladas por hectare de massa verde, que seria biomassa total, considerando folhas, colmos e sementes, isso é um resultado muito bom”, afirma a pesquisadora.
Beatriz Emygdio explica por que produzir sorgo sacarino no Rio Grande do Sul, um estado que nem consta na lista dos principais produtores de etanol. “O Rio Grande do Sul tem uma estrutura fundiária que predomina pequenos produtores, e o sorgo sacarino nessa ideia de produção de etanol em microdestilaria seria uma cultura perfeita dentro dessa proposta. O processo de colheita pode ser feito perfeitamente por uma ensiladeira, para fazer a extração de caldo do sorgo”, diz.
Todo o sorgo colhido é processado no instituto. Para testar o rendimento dele em etanol, a Embrapa também firmou uma parceria com um fabricante de microdestilarias da região, onde a moenda separa o caldo do bagaço. O caldo segue para a sala de fermentação e em 24 horas, leveduras transformam todos os açucares presentes em álcool.
O vapor da caldeira dentro das colunas de destilação separa o álcool do vinhoto, o resíduo que sobra desse processo todo e que também é usado como fertilizante. “Nós temos um rendimento excelente, em torno de 42 litros por tonelada de massa verde, isso vai dar em torno de três mil a quatro mil litros por hectare de etanol”, afirma.
Uma grande vantagem da cultura, sem dúvida nenhuma, é que ela - em pequena ou grande escala - pode ser processada pelos mesmos equipamentos que processam a cana, como explica o Denis Delavi, representante da empresa parceira da Embrapa que fabrica as microdestilarias. “Com seus próprios maquinários, sem nenhum investimento a mais ele consegue aumentar a capacidade de produção da sua destilaria”, diz.
Outra coisa boa do sorgo sacarino é que ele não serve só a fazer etanol. Todo o bagaço que sobra na moenda é fonte de nutrientes e alimento desejado pelo gado. “O gado adora esse material, é muito rico, sobra ainda muitos açúcares nesse bagaço, e o sorgo tem uma palatabilidade melhor, quando comparado com o bagaço de cana, o gado prefere o bagaço de sorgo sacarino, então isso garante a sustentabilidade do processo porque tudo pode ser aproveitado na propriedade”, analisa a bióloga Beatriz Emygdio.
Como a dificuldade para encontrar sementes do sacarino é muito grande, na região, hoje, praticamente só uma fazenda mantém produção independente desse sorgo, cerca de 40 hectares. O engenheiro Eduardo Mallmann, um dos donos da propriedade, se tornou um entusiasta da cultura.
O negócio principal é a produção de sementes de arroz, mas há três anos a fazenda decidiu diversificar seus investimentos. “Nós resolvemos entrar nesse negócio de etanol e iniciamos uma pesquisa através da internet de fontes alternativas de matérias-primas energéticas que pudessem suprir o abastecimento de usina de etanol”, conta.
Chegaram, então, ao sorgo sacarino. Conseguiram as primeiras sementes com a Embrapa e passaram a multiplicá-las na própria propriedade. “A tendência é a Embrapa Milho e Sorgo apresentar novas variedades com novos potenciais que vão solidificar essa cultura no cenário brasileiro”, comenta.
Hoje, grande parte da fazenda já é abastecida pelo etanol produzido pela miniusina que Eduardo e os sócios desenvolveram para vender. Nela, eles estão sempre em busca de equipamentos movidos a etanol: gerador de energia, tratores e máquinas agrícolas. Têm até um fogão a etanol, que aquece a água para fazer o tradicional chimarrão gaúcho. O etanol é armazenado num tanque e fica depositado embaixo das bocas e pode queimar por cerca de seis horas ininterruptas.
São muitas as possibilidades e se tratando de fontes de energias renováveis, o Brasil hoje tem posição de liderança no mundo. O Proálcool criado no país foi um dos primeiros programas de uso massivo e popular desse tipo de energia, mas parar de buscar novas alternativas pode significar perder o rumo da história.
O sorgo sacarino poderia ocupar pelo menos dois dos quatro meses em que as usinas costumam ficar paradas. Isso seria bom para elas, para o produto de cana e para o consumidor, que pode pagar menos pelo combustível na entressafra.
Fonte: Redação - MT Notícias com Embrapa
terça-feira, 17 de maio de 2011
Brasil e Suécia querem ampliar parceria em biocombustíveis
O meio ambiente foi tema relevante durante reunião realizada nesta terça, dia 17, entre o primeiro-ministro da Suécia, Fredrik Reinfeldt e a presidente Dilma Rousseff. O primeiro-ministro falou sobre a parceria com o Brasil na área de biocombustíveis e lembrou que a Suécia é o maior importador de etanol brasileiro na União Europeia. A presidente informou que, em breve, os dois países devem iniciar um projeto piloto de produção de etanol na Tanzânia (África).
Reinfeldt também conversou com Dilma sobre os preparativos para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, marcada para 2012, no Brasil.
Na área de negócios, Dilma apresentou ao líder sueco as oportunidades de investimento que se abrem no Brasil com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. A presidenta manifestou interesse em ampliar a exportação de bens de maior valor agregado para a Suécia.
Os conflitos no Oriente Médio e no Norte da África também foram um dos temas da conversa entre os dois chefes de governo. Dilma afirmou que o Brasil deseja que os conflitos sejam resolvidos por meio do diálogo e da negociação.
– O Brasil espera que a comunidade internacional ajude os países da região por meio do diálogo, da negociação, com estrito respeito à soberania nacional, às liberdades civis e aos direitos humanos, sendo necessário respeitar estritamente o mandato da Organização das Nações Unidas (ONU) – disse Dilma.
Dilma também afirmou que Brasil e Suécia defendem a eliminação do arsenal atômico mundial.
– Brasil e Suécia defendem que o desarmamento passa não apenas pela redução dos arsenais, mas, também, por uma revisão abrangente do papel das armas nucleares e conduzindo a uma eliminação dos armamentos atômicos – disse.
Fonte: Agência Brasil - 17-05-2011
Reinfeldt também conversou com Dilma sobre os preparativos para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, marcada para 2012, no Brasil.
Na área de negócios, Dilma apresentou ao líder sueco as oportunidades de investimento que se abrem no Brasil com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. A presidenta manifestou interesse em ampliar a exportação de bens de maior valor agregado para a Suécia.
Os conflitos no Oriente Médio e no Norte da África também foram um dos temas da conversa entre os dois chefes de governo. Dilma afirmou que o Brasil deseja que os conflitos sejam resolvidos por meio do diálogo e da negociação.
– O Brasil espera que a comunidade internacional ajude os países da região por meio do diálogo, da negociação, com estrito respeito à soberania nacional, às liberdades civis e aos direitos humanos, sendo necessário respeitar estritamente o mandato da Organização das Nações Unidas (ONU) – disse Dilma.
Dilma também afirmou que Brasil e Suécia defendem a eliminação do arsenal atômico mundial.
– Brasil e Suécia defendem que o desarmamento passa não apenas pela redução dos arsenais, mas, também, por uma revisão abrangente do papel das armas nucleares e conduzindo a uma eliminação dos armamentos atômicos – disse.
Fonte: Agência Brasil - 17-05-2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Dobra venda de açúcar, carne, soja e minérios ao exterior
A participação brasileira no mercado internacional com as matérias-primas básicas - como açúcar, carnes, soja e, sobretudo, minérios – quase dobrou entre 2000 e 2009. O país respondia por 2,77% das exportações de produtos primários em 2000, mas a fatia subiu para 4,66% em 2009, segundo estudo divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) nesta terça-feira (10). Quando se considera tudo o que o Brasil vende para outros países – de produtos agrícolas a automóveis – a participação brasileira no cenário mundial subiu de 0,88% para 1,26% entre 2000 e 2009. Entretanto, o Ipea alerta que, “apesar do avanço significativo, é possível observar que estes ganhos estão concentrados no grupo commodities [matérias-primas básicas]”.
O instituto alerta que o país “perdeu espaço nas exportações de alta intensidade tecnológica, setor em que representava 0,52% do comércio mundial em 2000, e passou a representar 0,49% em 2009”. O aumento das vendas de produtos industrializados pelo Brasil, segundo o Ipea, depende muito depende muito do desempenho do setor aeronáutico, sobretudo das vendas da Embraer.
Apesar de o Brasil conseguir posição de destaque nos negócios de produtos básicos no mercado exterior, essa queda das vendas de produtos de alta tecnologia pode ser prejudicial no longo prazo porque essas mercadorias, normalmente, possuem maior valor agregado que as matérias-primas.
A balança comercial brasileira – diferença entre as vendas e as compras de produtos do exterior – só tem se mantido com saldo positivo porque o Brasil vende grandes quantidades de produtos básicos e o dólar, ainda que esteja perdendo valor diante do real, estava “mais de 25% valorizado em relação ao nível observado durante o ano de 2005”.
Para o Ipea, a concentração das vendas brasileiras para o exterior nas matérias-primas básicas pode trazer “preocupações para o desempenho futuro da economia brasileira”.
Apesar do risco que as matérias-primas podem oferecer ao Brasil no futuro, o instituto afirma que o cenário positivo deve durar um longo tempo por causa da procura mundial por alimentos.
- Além disso, o aumento dos custos da produção agrícola devido ao crescimento do preço da energia, a ampliação da produção de biocombustíveis nos EUA e na Europa e o enfraquecimento do dólar são fatores que também contribuem para a valorização das commodities [matérias-primas básicas] no mercado mundial.
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