sábado, 16 de julho de 2011

Governo vai abater R$ 25 bi da meta de superávit para fechar conta em 2012

Publicada em 15/07/2011 às 23h30m
e Cristiane Jungblut (crisjung@bsb.oglobo.com.br)

BRASÍLIA - O forte aumento de gastos públicos previsto para 2012 vai obrigar a equipe econômica a fazer um superávit primário (aquele antes do pagamento dos juros da dívida) menor. Os técnicos do governo já comunicaram ao Congresso Nacional que estão planejando abater até R$ 25 bilhões da meta do ano que vem - de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) - por conta de despesas como o reajuste do salário mínimo e do funcionalismo. Se em 2011 o quadro fiscal é aparentemente tranquilo, com um superávit primário de 3,29% do PIB acumulado em 12 meses até maio (acima da meta de 2,9% fixada para o ano inteiro), o que se mostra para o próximo é uma verdadeira bomba relógio, com despesas adicionais de pelo menos R$ 50 bilhões.


Como se não bastasse o impacto que o reajuste do salário mínimo - quase 14% - vai ter sobre as contas do governo, será preciso acelerar os investimentos, desembolsar mais uma parcela do reajuste dos militares e ainda enfrentar pressões por aumentos do Poder Judiciário. Isso sem contar com o pagamento de precatórios antigos que não poderão mais ser parcelados por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).


Cálculos do economista da consultoria Tendências Felipe Salto mostram que somente o aumento do valor do salário mínimo vai ter um impacto de R$ 23 bilhões as despesas do governo que estão atreladas a ele, como Previdência Social, seguro desemprego e a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). Outros R$ 20,6 bilhões são o impacto estimado das despesas com aumento de pessoal no ano que vem e R$ 7,5 bilhões as despesas com precatórios. Tudo isso soma R$ 51,1 bilhões.


- Essas são todas despesas extras que vão exigir algum tipo de esforço do governo para fechar suas contas - disse Salto, lembrando que os R$ 51,1 bilhões representam quatro vezes o Bolsa Família.


Ele acredita que embora a meta de primário de 2012 esteja fixada em 3,1% do PIB, o governo só conseguirá chegar a 2,6%:

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